14 de setembro de 2008
A impressão que eu tive na minha primeira semana aqui, é que na América as coisas andam rápido. No meu primeiro dia eu fui ao mercado fazer compras e depois, na hora de pagar, quando eu vi já estava tudo ensacado. Os saquinhos já ficam abertos numa espécie de maquininha que vai girando enquanto o caixa vai ensacando tudo. É realmente muito eficiente. Uma coisa que não tem aqui é essa historia de você facilitar o troco. Não dá tempo! Enquanto eu fico que nem um idiota catando moedinha, que aliás ate hoje me confundem, o caixa já me deu o troco e já esta atendo o próximo cliente. Às vezes ainda me esqueço e lá vou tentando diferenciar o quarter (0,25) do nickel (0.05)...
Agora, o melhor de tudo, o que demorou uma semana pra eu me dar conta, é essa eficiência não é a custa de stress. Eu comecei a perceber que (pelo menos aqui em DeKalb) eu não via pessoas stressadas. Não vejo correria no trânsito nem gente se atropelando nas ruas. Claro, provavelmente nas grandes cidades as coisas sejam diferentes. Mas me lembrei bem do meu amigo Gustavo, há alguns anos em Lisboa dizendo, “bixo, aqui a vida é muito mais tranqüila”.
E a tal da recessão atual nos EUA, eu não notei isso não. O povo aqui deve estar mal acostumado. Eu vejo sempre anúncio de emprego, dos mais variados, como entregar jornal, tirar leite de vaca, brincar com criança autista e até de dar aulas de música (vi vários, normalmente em cidades vizinhas). Claro, a maioria dos empregos desse tipo paga o salário mínimo daqui, que é cerca de U$8,00/hora. Mas trabalhando 8h/dia isso dá cerca U$1300,00 o que dá pra viver dignamente aqui (mas pelas pontas!). Eu consegui trabalho já na minha primeira semana. Fui convidado pra dar duas disciplinas pros freshmen (bixo, calouro) de guitarra. Isso aqui é comum e é chamado de TA (teaching assistant). Isso não estava nos planos e foi muito bem vindo. Mas que foi engraçado começar a dar aulas em inglês, antes mesmo de ter assistido uma aula sequer, foi. Outra coisa que também aconteceu na primeira semana, e essa eu já estava esperando, foi dar aulas no CSA, um programa da universidade voltado para a comunidade. Bom, ainda não está rolando nada , porque depende dos alunos se matricularem, mas já valeu porque vai me possibilitar tirar social security, que é como se fosse o CPF aqui.
Também já consegui um lugar pra tocar fixo todo sábado, graças à iniciativa do Alejandro, meu amigo colombiano. Hoje foi nossa segunda semana. É um trampo sossegado, um restaurante italiano onde somos muito bem tratados. Tocamos música brasileira e jazz. Acabo também cantando aquelas bossas meio manjadas, mas o povo fica deslumbrado com a música brasileira e isso é muito gratificante. Aliás é impressionante como pouca gente sabe tocar bem nossa música. O único que toca um pouco é o Juan, um baterista peruano de 22 anos que toca jazz que nem americano. Tem um professor aqui também, o Greg Bayer que é um entusiasta da música brasileira, fala português muito bem e fez um doutorado sobre o berimbau. Ele é responsável pelo combo de musica latina, do qual também faço parte. Aliás, falando em tocar, eu faço parte de uma das três big bands que tem aqui na universidade (NIU JAZZ LAB BAND)e fiquei sabendo, também na minha primeira semana aqui, que em dezembro faremos uma turnê de uma semana no México, passando pelas cidades de Xalapa, San Miguel de Allende e Queretaro. O regente da orquestra, Rodrigo Villanueva, é mexicano. Ele é o professor de bateria da NIU e me convidou pra formar um trio junto com Alejandro, pra tocar na cidade onde ele reside, Madison. Como eu disse, as coisas na América caminham rápido.
Gostaria de divulgar o blog do jornalista Edmilson Siqueira, do jornal Correio Popular. Ele tem publicado as minhas DeKalb New em seu blog, o que me deixa muito honrado.
Termino mandando mais algumas fotos do esquilo, que algumas pessoas não conseguiram ver no meu outro email (não garanto que é o mesmo!), e também uma de coelho. É, agora além de esquilos, tenho esbarrado em coelhos. Segue também uma foto de um anúncio que saiu no jornal daqui de caça-fantasma. Não gente, não é possível, só aqui pra ter um negocio desses...
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