Hoje celebra-se aqui nos EUA, e em muitos outros países o Valentine´s Day, o nosso Dia dos Namorados. Me recordo das ocasiões em que tive que passar a data sozinho, e fatalmente sempre bate uma tristesazinha. Esta, no entanto, vai ser a primeira vez que vou passar o Dia dos Namorados sozinho, tendo uma namorada. Não é legal ser mulher de músico nessas ocasiões, já que é uma em data que nós quase sempre estamos trabalhando. Agora pior ainda é namorar um músico que mora em outro país. Nosso namoro começou com data pra acabar, porque começamos a namorar em março de 2007 e eu a essa altura já esperava uma resposta da bolsa aqui na NIU, que era pra ter saído em julho daquele ano, mas ela não saiu. A bolsa acabou saindo pra dezembro, mas muito em cima da hora, então resolvi adiar pra agosto, o que me deu tempo de gravar meu CD e a também aprofundar nosso relacionamento, além de organizar tudo que foi preciso antes de embarcar, e acreditem em mim, é muita coisa!
Algo que sempre tive em mente é não deixar de viver a vida baseado em expectativas futuras. Racionalmente seria mais sensato que a gente não deixasse a relação prosseguir. Se nós tivéssemos agido assim, certamente teríamos poupado muito sofrimento, mas também deixaríamos de viver os momentos maravilhosos que vivemos. Daniela foi a namorada com quem tive mais afinidade. O nosso amor paradoxalmente começou de um jeito que parecia não ter futuro, mas cá estamos firme e fortes. Foi uma coisa inevitável, parecia que já nos conhecíamos e que tínhamos que ficar juntos.
Nós homens costumamos fazer um comentário malicioso quando nos referimos a mulheres solteiras que tem filho. Me lembro como se fosse hoje o Babi falando da Dani: "Ela é muito inteligente, é filósofa. Mas vem com brinde!". Esse brinde se chama Isadora é a criaturinha mais doce que já conheci. Se pudesse escolher como seria um filho meu, seria como ela. Puxou a mãe em sua inteligência, doçura e gênio! No começo fiquei meio sem jeito. Imagina né, rapaz jovem, solteiro, livre, independente, bonito, de repente andando por aí com esposa e filha, hahaha! Mas me acostumei, tomei gosto pela coisa, e no fim tudo que mais queria agora era as duas aqui perto de mim. Sinto como se nós realmente fôssemos uma família.
Namoro à distância não é fácil. Envolve solidão, saudade, desconfiança, ciúme e incerteza. Muita gente diz que é impossível. Mas agora que vivo essa situação, conheci alguns casais que já passaram por isso e no fim ficaram juntos. Isso me ajuda muito a enfrentar a distância, saber que é possível. O que você vai fazer? Você encontra alguém que você ama e com quem você quer ficar junto. Simplesmente desistir?
Manter a decisão de vir pra cá não foi nada fácil. Não foi só a Daniela e a Isa que eu deixei prá trás, mas também um bom momento profissional e pessoal, uma vida estável e sinceramente tinha pouquíssimo desejo de mudança. Mas isso foi algo que batalhei por muitos anos e sempre quis, quase um sonho de menino. Foi uma decisão um tanto egoísta, eu admito. Eu precisei de quase um ano de terapia prá poder largar tudo que tinha e vir pra um cenário um tanto quanto incerto. Eu me sinto culpado muitas vezes por tê-las abandonado, mas é engraçado como ao mesmo tempo me sinto próximo delas. Eu e a Dani nos falamos com frequência e trocamos emails diariamente. A tecnologia hoje ajuda muito os casais distantes e faz a gente acreditar que é possível um relacionamento assim.
O apoio da Dani e da Isa foi fundamental. Não sei se teria conseguido sem elas, e ainda hoje, mesmo tão longe, preciso muito delas. A solidão e o vazio que sentimos estando num país estrangeiro às vezes não é fácil de encarar, e sem a ajuda dos entes queridos seria acho quase impossível. Meus últimos dias no Brasil foram ao mesmo tempo maravilhosos e angustiantes. Ficamos juntos o tempo todo e elas me acompanharam nas minhas últimas viagens à Vitória e ao Rio. Sorrisos e lágrimas se sucediam o tempo todo e tudo foi muito bonito, mas muito, muito triste também. Nossa despedida no aeroporto foi algo traumatizante e foi igualzinho àquelas cenas de filme onde todos choram, só que dessa vez foi de verdade. Nunca vou me esquecer da Isa agarrando minhas pernas e não deixando ir embora, nem das mensagens que eu e a Dani ficamos trocando no celular até que tive que desligá-lo pra sempre. Até nos últimos momentos ela ficou me consolando, enquanto, tenho certeza, muitas outras mulheres estariam me odiando. Olha não foi fácil.
Eu não sei como vai acabar nossa história. Sempre penso que uma a hora a Dani vai ficar de saco cheio de tudo isso e me mandar passear. Mas depois de tudo que passamos, nós temos que acabar juntos. Não me imagino sem elas. Se desistíssemos agora seria como nadar até o meio de rio e resolver voltar quando se está quase chegando à outra margem.
Amorzinho, obrigado por tudo que você tem feito por mim e por não ter me abandonado. Te amo.
Algo que sempre tive em mente é não deixar de viver a vida baseado em expectativas futuras. Racionalmente seria mais sensato que a gente não deixasse a relação prosseguir. Se nós tivéssemos agido assim, certamente teríamos poupado muito sofrimento, mas também deixaríamos de viver os momentos maravilhosos que vivemos. Daniela foi a namorada com quem tive mais afinidade. O nosso amor paradoxalmente começou de um jeito que parecia não ter futuro, mas cá estamos firme e fortes. Foi uma coisa inevitável, parecia que já nos conhecíamos e que tínhamos que ficar juntos.
Nós homens costumamos fazer um comentário malicioso quando nos referimos a mulheres solteiras que tem filho. Me lembro como se fosse hoje o Babi falando da Dani: "Ela é muito inteligente, é filósofa. Mas vem com brinde!". Esse brinde se chama Isadora é a criaturinha mais doce que já conheci. Se pudesse escolher como seria um filho meu, seria como ela. Puxou a mãe em sua inteligência, doçura e gênio! No começo fiquei meio sem jeito. Imagina né, rapaz jovem, solteiro, livre, independente, bonito, de repente andando por aí com esposa e filha, hahaha! Mas me acostumei, tomei gosto pela coisa, e no fim tudo que mais queria agora era as duas aqui perto de mim. Sinto como se nós realmente fôssemos uma família.
Namoro à distância não é fácil. Envolve solidão, saudade, desconfiança, ciúme e incerteza. Muita gente diz que é impossível. Mas agora que vivo essa situação, conheci alguns casais que já passaram por isso e no fim ficaram juntos. Isso me ajuda muito a enfrentar a distância, saber que é possível. O que você vai fazer? Você encontra alguém que você ama e com quem você quer ficar junto. Simplesmente desistir?
Manter a decisão de vir pra cá não foi nada fácil. Não foi só a Daniela e a Isa que eu deixei prá trás, mas também um bom momento profissional e pessoal, uma vida estável e sinceramente tinha pouquíssimo desejo de mudança. Mas isso foi algo que batalhei por muitos anos e sempre quis, quase um sonho de menino. Foi uma decisão um tanto egoísta, eu admito. Eu precisei de quase um ano de terapia prá poder largar tudo que tinha e vir pra um cenário um tanto quanto incerto. Eu me sinto culpado muitas vezes por tê-las abandonado, mas é engraçado como ao mesmo tempo me sinto próximo delas. Eu e a Dani nos falamos com frequência e trocamos emails diariamente. A tecnologia hoje ajuda muito os casais distantes e faz a gente acreditar que é possível um relacionamento assim.
O apoio da Dani e da Isa foi fundamental. Não sei se teria conseguido sem elas, e ainda hoje, mesmo tão longe, preciso muito delas. A solidão e o vazio que sentimos estando num país estrangeiro às vezes não é fácil de encarar, e sem a ajuda dos entes queridos seria acho quase impossível. Meus últimos dias no Brasil foram ao mesmo tempo maravilhosos e angustiantes. Ficamos juntos o tempo todo e elas me acompanharam nas minhas últimas viagens à Vitória e ao Rio. Sorrisos e lágrimas se sucediam o tempo todo e tudo foi muito bonito, mas muito, muito triste também. Nossa despedida no aeroporto foi algo traumatizante e foi igualzinho àquelas cenas de filme onde todos choram, só que dessa vez foi de verdade. Nunca vou me esquecer da Isa agarrando minhas pernas e não deixando ir embora, nem das mensagens que eu e a Dani ficamos trocando no celular até que tive que desligá-lo pra sempre. Até nos últimos momentos ela ficou me consolando, enquanto, tenho certeza, muitas outras mulheres estariam me odiando. Olha não foi fácil.
Eu não sei como vai acabar nossa história. Sempre penso que uma a hora a Dani vai ficar de saco cheio de tudo isso e me mandar passear. Mas depois de tudo que passamos, nós temos que acabar juntos. Não me imagino sem elas. Se desistíssemos agora seria como nadar até o meio de rio e resolver voltar quando se está quase chegando à outra margem.
Amorzinho, obrigado por tudo que você tem feito por mim e por não ter me abandonado. Te amo.
Isadora atacando de cantora. Campinas, 29/06/2008
4 comentários:
Oi Julio!
Que lindo post, que linda declaração e que principalmente, que família linda vc tem!!
Com certeza a Dani e a Isa são pessoas especiais e que merecem um cara como vc!
O Jair sempre me fala dos seus conselhos qdo planejamos nossa ida pro Canadá (provvelmente em 2010) e por isso, tenho acompanhado mais de perto seu blog!
Beijo carinhoso para vc,
Grá
Valeu Gra! Realmente não é nada fácil ficar longe delas... Bom, to aqui na torcida quanto a história do Canadá. Mantenham-me informado :)
Oi Julio,
Que lindo este texto!
A Dani me disse pra ler.
confesso que até chorei.
Adorei seu blog, e vou ler mais.
Embora não nos conheçamos muito bem,acho que vcs vão ficar juntos, pelo menos essa é minha torcida.Pelo que ela fala, vc é tudo de bom, e ela nem é louca de deppois de tudo, desistir de vc, mesmo porque eu mato ela.
No que precisar de ajuda por aqui, conte comigo viu?
Beijos
Ráquel
Raquel, eu fico feliz que a Dani tenha uma amiga como vc por perto. Obrigado pela força!
Postar um comentário